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15.07.2024 | Comunicados - Associação BRP

Regresso de parte do talento emigrado e ganho de escala das empresas antecipariam convergência com Europa em 27 anos

Regresso ao país de 194.000 licenciados traria a Portugal mais 1,6 mil milhões euros de Valor Acrescentado Bruto
Regresso de parte do talento emigrado e ganho de escala das empresas antecipariam convergência com Europa em 27 anos
  • Combinando o regresso do talento com o aumento da escala das empresas em Portugal para a média europeia seria possível antecipar a convergência com a Zona Euro e a União Europeia em 23 a 27 anos – de 2056 e 2060 para 2033
  • BRP convoca Sociedade, Empresas e Estado para a ação, no sentido de se criarem as condições para convencer quem saiu de que este é o país onde vão querer estar

Lisboa, 11 de julho de 2024 – Que Portugal teríamos se grande parte do talento que saiu de Portugal nos últimos anos decidisse regressar? A análise realizada pelo professor Pedro Brinca, da Nova SBE, para a Associação Business Roundtable Portugal, no âmbito da conferência “Portugal: o país onde vais querer estar”, estima que o retorno dos 194 mil licenciados emigrados entre 2012 e 2021, e a sua integração em grandes empresas, traria a Portugal mais 1,6 mil milhões euros de Valor Acrescentado Bruto (VAB).

Este valor refletir-se-ia numa subida de 0,61 pontos percentuais na taxa de crescimento do PIB português, o equivalente a mais 0,42 pontos percentuais na taxa de crescimento do PIB per capita. Portugal poderia assim acelerar o seu crescimento, antecipando a convergência com a Zona Euro e a União Europeia (UE) para 2046  que, ao ritmo atual, só deverão ser alcançadas em 2056 e 2060, respetivamente, ou seja, 10 a 14 anos mais rápido.

No entanto, esse crescimento e convergência poderiam ser acelerados caso o regresso desse talento também fosse acompanhado de um crescimento acelerado das start-ups e pequenas e médias empresas nacionais para empresas grandes e globais, eliminando a diferença do peso de grandes empresas no emprego que Portugal apresenta face à média da UE.

Grande parte do tecido empresarial português é composto por médias, pequenas e microempresas, que sendo 99,9% das empresas  geram apenas 61% do VAB. Por outro lado, 0,1% das empresas – as grandes empresas – empregam 22% da força de trabalho e geram os restantes 39% do VAB. É, por isso, essencial alinhar a nossa distribuição das empresas, em termos de dimensão, com a realidade da EU, demonstra a análise apresentada pelo professor Pedro Brinca. NA UE as grandes empresas representam em média 36% do emprego, enquanto em Portugal não ultrapassam os 22%.

Ao eliminar esta diferença, o PIB português passaria de 265 mil milhões para 309 mil milhões de euros (+16,4%), com um aumento do PIB per capita de 25,4 para 29,3 mil euros, segundo as contas apresentadas.

Este ganho de escala, aliado ao regresso do talento perdido para o exterior, reforçaria a rota de crescimento da economia portuguesa e permitiria antecipar a convergência com a UE e a Zona Euro para 2033, ou seja, adiantar 23 a 27 anos.

“O desafio de convencer quem saiu que este é o país onde querem estar é grande e complexo, mas, como vemos, o prémio é enorme. Para tal, não basta ter pessoas com vontade de mudança, empresários com vontade de crescer, e governos com vontade de garantir melhor qualidade de vida. É urgente colocarmos todos – Sociedade, Empresas e Estado - mãos-à-obra, criarmos as condições e oportunidades para transformar essa ambição e vontade em ação, em impacto real. A mudança deve ser feita por todos, com todos e para todos”, sublinha Carlos Moreira da Silva, Presidente da Associação Business Roundtable Portugal.

Para a Associação BRP é urgente inverter a fuga da geração mais qualificada de sempre, já que esta tem travado a geração de riqueza nacional e o crescimento do país. Nos últimos 20 anos, 1,5 milhões de portugueses a deixarem Portugal e dos 875 mil portugueses que emigraram entre 2011 e 2021, apenas 132 mil voltaram a Portugal, ou seja, apenas 1 português, em cada 7 que saíram, regressou. Saíram desiludidos com Portugal e isso tem de mudar para que queiram regressar.

Aceda aqui à análise “E se… impacto do regresso do talento” do Professor Pedro Brinca.

 

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SOBRE A ASSOCIAÇÃO BUSINESS ROUNDTABLE PORTUGAL

A Associação BRP refere-se a "Associação Business Roundtable Portugal", uma organização independente, apartidária, não associada ou relacionada com qualquer outra entidade, e de exercício do dever de cidadania das empresas associadas, das suas lideranças, e não de defesa dos seus interesses. A Associação BRP é composta por 43 líderes de empresas e grupos empresariais de diferentes setores, geografias e fases de desenvolvimento. Em conjunto, acumulam receitas globais de 124 mil milhões de euros, 59 mil milhões a nível nacional, empregam 424 mil pessoas, 218 mil em Portugal, onde pagam um salário duas vezes superior à média do setor privado, e investem mais de 10 mil milhões de euros. A atividade da Associação BRP pode ser acompanhada em www.abrp.pt.