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24.05.2023 | Comunicados

3ª Edição Clima de Negócio e Económico BRP

Na terceira edição do Clima de Negócio e Económico BRP, os líderes das empresas associadas do BRP assinalam que a situação do seu negócio e da economia portuguesa é hoje menos negativa do que a perspetiva que tinham há seis meses.

Lisboa, 15 de maio de 2023 – A terceira edição do relatório ‘Clima de Negócio e Económico’ da Associação Business Roundtable Portugal (Associação BRP) parece indicar que os líderes de alguns dos principais grupos económicos a operar em Portugal antecipam que 2023 possa resultar num clima de estabilidade económica, com ligeira redução de atividade para o país e de ligeiro aumento para os seus negócios, depois de um ano marcado pela incerteza causada pela guerra na Ucrânia e todas as suas consequências ao nível dos custos de energia e inflação generalizada, bem como pelo impacto da subida das taxas de juro.

Conclusões que podem estar em linha com as recentes previsões apresentadas pelo FMI e CE que revêm em alta o crescimento previsto pelo Governo para Portugal em 2023 de 1,8% para 2,6% e 2,4% respetivamente, valores que consubstanciam uma queda face ao forte crescimento de 6,7% verificado em 2022, mas ainda assim mantendo-se em território positivo.

O relatório ‘Clima de Negócio e Económico’ apresenta a avaliação realizada pela Associação BRP junto dos líderes dos seus associados, com o objetivo de conhecer a opinião dos decisores empresariais em relação ao atual ambiente económico do país, situação de negócio e expetativa de crescimento das suas organizações.
O documento hoje divulgado tem como base a avaliação feita pelos inquiridos, que pontuaram o atual cenário classificando-o entre 2 (crescimento acelerado >6%) a -2 (redução acentuada) e para o qual 0 corresponde a “estável”.

  • Clima de negócios e económico avaliado pelos empresários confirma expetativa que 2023 seja marcado por crescimentos mais lentos do que os verificados em 2022, mas parece excluir inversão ou mesmo uma queda significativa do ciclo económico;
  • Depois de dois semestres de redução das expetativas, quer para o negócio próprio, quer para a economia nacional, inquiridos perspetivam tendência de estabilidade para o próximo semestre;
  • Destaca-se a recuperação no emprego e no investimento das empresas face à edição anterior, mas a perspetiva a 6 meses revela ainda alguma cautela face ao futuro;
  • Inflação é apontada como principal risco quer para economia do país, quer para os seus negócios, com a conflitualidade laboral a surgir e a ocupar também lugar de destaque. Conflito Ucrânia-Rússia mantém-se no topo das preocupações dos líderes, mas apenas na perspetiva das suas empresas.

Depois de dois semestres com as expetativas a 6 meses, quer para o negócio próprio, quer para a economia nacional, a ficarem sempre abaixo dos valores para o momento atual, os inquiridos perspetivam agora a alteração para uma tendência de estabilidade para o próximo semestre, no que pode antecipar a passagem de um cenário de contração para um cenário de estabilidade.

Quando comparada a evolução das expetativas a 6 meses, parece haver uma clara inversão de tendência, pese embora a comparação da expetativa a 6 meses com o real de hoje recomende ainda alguma cautela. i.e. depois de as expetativas a 6 meses para o próprio negócio terem caído de 0,63 para 0,25, passam agora para 0,47 o que parece ser melhor. Mas quando comparamos a expetativa a 6 meses de 0,47 para o próprio negócio verificamos que ela revela uma ligeira redução face aos 0,53 verificados agora.

Os diferentes aspetos avaliados, quer para o negócio e para a economia nacional, indicam uma convergência generalizada entre a situação atual e as expetativas a 6 meses.

Merece destaque o comportamento do emprego e do investimento no próprio negócio das empresas que assinala uma evolução positiva face há 6 meses. As expetativas a 6 meses revelam ainda alguma cautela, mas parecem afastar os piores cenários esperados em outubro passado, quando se antecipava que 2023 poderia ser um ano de travagem económica na generalidade das economias avançadas.

Pelo contrário, para a economia mantém-se uma expetativa de aceleração de alguma redução do emprego, com o investimento a manter a tendência de ligeira redução.

Os líderes da Associação BRP mantêm uma expetativa de redução da contribuição das vendas nacionais para o seu crescimento e até uma aceleração da ligeira redução do mercado nacional, enquanto perspetivam uma estabilização da procura externa quer para os seus negócios, quer para Portugal.

Os piores cenários que se perspetivavam na segunda metade de 2022 parecem hoje estar afastados com os líderes da Associação BRP a esperarem um crescimento moderado e a recuperação do investimento e emprego nos seus negócios, pese embora para a economia nacional as expetativas sejam de ligeira desaceleração. São em momentos como estes que temos de acelerar o ritmo das reformas para acelerar o crescimento da economia como um todo”, refere Pedro Ginjeira do Nascimento, Secretário-Geral da Associação BRP.

E acrescenta: “Acreditamos que essa resposta terá de passar por Portugal ter mais grandes empresas, pois são estas as que conseguem produzir mais e criar mais riqueza, pagar melhores salários, investir mais, proporcionar maior bem-estar social e contribuir mais para o crescimento sustentável do país. Para isso, é preciso criarmos melhores condições para que as pequenas e médias empresas possam crescer e tornar-se grandes e globais, nomeadamente profissionalizar o governance, apoiar e acelerar a globalização das médias empresas, procurar canalizar os fundos públicos para fomentar a consolidação e reestruturações que permitam ganhos de escala e produtividade, e apostar em empresas com crescimento acelerado e com potencial para serem grandes e globais.”.

3ª Edição Clima de Negócio e Económico BRP
3ª Edição Clima de Negócio e Económico BRP
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Inflação destaca-se como o principal risco para empresas e economia

O relatório ‘Clima de Negócio e Económico BRP’ avalia ainda os fatores de risco que os gestores acreditam virem a impactar os seus negócios e a economia. Do lado das empresas, a inflação passa a ser considerada o maior risco, seguindo-se do conflito entre a Ucrânia e a Rússia e da falta de mão-de-obra qualificada. Destaca-se ainda duas subidas significativas da conflitualidade laboral (que passa da 8ª para a 4ª posição) e da política fiscal (que sobre do 10º para o 7º lugar no ranking). Contrariamente, o custo da energia e a logística descem no top 10 dos maiores riscos, passando o primeiro de 2º maior risco para 10º, e o segundo de 6º para 9º lugar.

Ao nível da economia, a inflação mantém-se como o principal risco a impactar o cenário económica nacional, ficando à frente da conflitualidade laboral (que subiu quatro posições para o 2º lugar), e do custo de energia (que passou da 2ª para a 3ª posição). A maior subida do inquérito deu-se com a política fiscal, que cresceu cinco posições, ao contrário do conflito entre a Ucrânia e a Rússia e a falta de mão-de-obra que sofreram quedas mais expressivas, passando para o fundo do ranking.

O relatório ‘Clima de Negócio e Económico BRP’ é um estudo semestral desenvolvido pela Associação BRP junto dos seus associados, com o objetivo de conhecer a opinião dos decisores empresariais em relação ao atual ambiente económico do país, situação de negócio e expectativa de crescimento das suas organizações. Nesta análise participaram 38 dos 42 associados que compõem a Associação.