A Associação BRP identificou vários caminhos de solução para travar a fuga da geração mais qualificada de sempre, a serem aprofundados pelas empresas e pelo Estado, para que coletivamente se consiga proporcionar as oportunidades que os jovens e o país precisam.
Um contributo que pretende servir de mote para um debate mais alargado da sociedade civil, representando um convite ao desenvolvimento e implementação de ações concretas.
Apresenta 13 iniciativas que poderão ser adotadas pelas Empresas e 5 iniciativas a propor ao Estado, das quais destacamos:
Medidas com impacto nas condições de vida:
- Definição de um comfortable living wage, ou seja, um nível salarial que permita acomodar benefícios essenciais como: habitação, mobilidade, despesas essenciais, saúde, lazer e a constituição de família, com tudo o que isto implica
- Redução do tax wedge (peso de impostos e encargos para a segurança social sobre o custo total do trabalho) para jovens qualificados, através da aplicação de uma solução próxima do programa Regressar para aqueles que apostem em Portugal e nas empresas nacionais
- Ampliação do pacote de complementos salariais que beneficiam de isenção de IRS e/ou Segurança Social, com destaque para áreas como a habitação e a mobilidade, a incorporar na remuneração dos trabalhadores
Medidas com impacto nas condições de trabalho:
- Adoção de modelos de trabalho flexível ao nível das equipas, dos horários e locais de trabalho, baseados em desafios e tarefas, que permitam compatibilizar as preferências dos trabalhadores com as necessidades das empresas. Sugere-se, por exemplo, a implementação do trabalho remoto sempre que possível, oferecendo aos trabalhadores a possibilidade de residirem em áreas geográficas com menor especulação imobiliária - uma forma de poupança para o trabalhador e até de promoção do crescimento demográfico de zonas menos densamente povoadas.
- Oferta de um Dual Career Path, isto é, de oportunidades de evolução de carreira por duas vias: técnica e de gestão, o que permitiria uma progressão mais rápida e motivadora. Uma medida relevante, por exemplo, para o talento com perfil mais técnico, que não pretende assumir responsabilidades de gestão.